O VALOR DA AMIZADE (PARTE 1)
Recentemente conheci a história de um jovem de 26 anos chamado Pietro que chamou a minha atenção. Ele tem 2.250
amigos no Facebook, pessoas que ele conheceu
quando fez intercambio fora e daqui do Brasil. É uma história comum no mundo
virtual. O que chamou minha atenção, é o fato de que de todos esses “amigos”,
apenas sete são amigos de verdade, disse ele. Os que atendem o telefone de
madrugada, consolam no momento de tristeza, comemoram suas conquistas e estão
aptos a fazer-lhe companhia para sair. Nenhuma dessas amizades começou por
conta da rede social. Algumas vêm da época da escola, outras da pratica de handbol e até da própria família. Eles estão
sempre prontos para ajudar, mesmo quando estão longe. Quem olha na face do Pietro, não identifica quem são esses amigos de
verdade!!
A maioria das pessoas que se rendeu à rede social, pode dizer o mesmo:
aqueles que estão presentes na alegria e na tristeza, não costumam trocar
mensagens públicas.
A amizade faz parte da condição humana. Hoje em dia, as pessoas confundem
coleguismo com amizade. Temos poucas referências das relações...Colegas trabalham juntos,
partilham ideias ou se filiam
em ações parecidas. Amigos, têm uma relação de companheirismo (em latim
significa “companis” partir o pão). É estar junto, ser solidário à
vontade do outro, mesmo quando não concorda. É ter desprendimento para fazer
com que o amigo se realize. É ser altruísta e leal, ter uma relação quase fraterna
de compromisso e entrega para com o outro indivíduo. Quem não tem amigos se
sente isolado.
O professor de ciência da religião Valdemar Malgadi disse em entrevista: Ter relacionamentos
sadios é fundamental para a vida humana, para isso é preciso haver confiança e
ética, para que haja crescimento mútuo. Escolher bem e respeito mútuo, são
ingredientes que não podem faltar para que seja duradoura a amizade.
Entretanto, na virtualidade, um pode ser o que quiser para o outro porque
não tem como conhecer verdadeiramente o outro. No facebook, ser amigo é ter sido aceito na página de
alguém. Nessa circunstância, a amizade pode ser apenas superficial.
De acordo
com especialistas, quando alguém se relaciona com outra pessoa, as sensações se
traduzem em benefícios no organismo, através da liberação de substâncias que
vão além do prazer, ajudam no fortalecimento do sistema imune e na diminuição
da dor. O corpo libera neurotransmissores como a dopamina, serotonina, e
endorfina que oferecem sensação de bem-estar. Hormônios relacionados ao estreses
são reduzidos, como a adrenalina, noradrenalina, e cortisol, diminuindo os
riscos de doenças e fortalecendo a defesa do organismo.
Uma pesquisa da universidade da Virgínia nos EUA, colocou 34 estudantes
munidos de mochilas pesadas para subir uma colina. As pessoas que subiram
sozinhas relataram que a Colina era muito íngreme, enquanto que aqueles que
subiram com amigos acharam a subida mais confortável.
Quantos benefícios a ciência descobriu numa amizade sadia. Entretanto, é
importante escolher bem, por que as consequências de se ter amigos ruins também
são muitas: tristeza, depressão, alvo de traição, fofoca, a difamação, etc.. Tudo
isso pode causar feridas enormes tanto feridas emocionais como físicas, diz uma
socióloga americana.
Diante dessa realidade que acabamos de ler, existem algumas passagens
bíblicas onde encontramos exemplos de amizades verdadeiras e os atributos que
devemos cultivar e buscar em nossas amizades.
Um exemplo famoso se encontra no livro de 1 Sm.18:1-4, Jônatas e Davi
amavam a Deus e se amaram como própria alma (Amar ao próximo como a si mesmo)
fizeram uma aliança de amizade e de companheirismo. Um pacto de amizade,
compromisso, lealdade, (1Sm19:1,4,5,7), afeição, sacrifício próprio, e
responsabilidade, são evidentes em sua mais pura forma na vida de Jônatas e
Davi. No verso 15 vemos Jônatas indo ao encontro de Davi, no deserto de Zife, no momento em que Davi precisava de ânimo e da
certeza que a vontade de Deus se cumpriria. Jônatas o fortaleceu, lembrando as
promessas de Deus e o seu cuidado protegendo-o de Saul seu Pai. Jônatas não foi
suprir a sua necessidade, mas uma necessidade do seu amigo Davi. Eles amavam a Deus
em primeiro lugar e ao outro. A abnegação de Jônatas exemplifica as palavras de
Paulo em Filipenses 2:2-4. A amizade de Davi, ilustra o conceito
de Provérbios 18:24. Davi cuidou e foi leal ao único descendente de
Jônatas, após a sua morte. Um exemplo a ser imitado por todas as gerações (Pv. 27:10).
Na carta de Paulo a 2Timóteo 4:9,10, ele pede ajuda a Timóteo, seu filho
na fé, porque um amigo antigo, Demas,
Tendo amado o presente mundo, o havia abandonado. Ele deixou de amar a Deus e
em consequência, deixou de amar o amigo. Já perdi algumas amizades da mesma
forma de Paulo. É o preço do discipulado de Jesus.
Na
Bíblia, encontramos diversas passagens que podem auxiliar na escolha de boas amizades.
O mesmo
Davi, no livro
de Sl.119:63, nos ensina quem deve ser
nossos amigos de verdade. Ele afirmou: "Quando escolho meus amigos e
companheiros, faço questão de busca-los entre aqueles que valorizam a comunhão
com o Senhor e obedecem seus preceitos". A amizade do mundo é inimiga de
Deus e as nossas amizades refletem nosso caráter cristão e nossos valores. Os Companheiros
que amam a Deus e não desprezam seus ensinos.
A pergunta que eu faço à cada uma de nós: Quem são nossos amigos de
verdade? Os que obedecem a Deus ou os inimigos de Deus? Jesus andou entre os
inimigos de Deus para resgata-los, pregando o arrependimento e não para se
tornarem amigos. Esse princípio é o ponto de partida para uma amizade cristã
que glorifica a Deus!!
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