Antes de qualquer coisa, é válido
definirmos: o que é mundanismo? Com ampla base nas Escrituras, podemos dizer
que mundanismo é a natureza humana sem Deus, sendo governada pelo deus deste
século. Ou seja, aqueles que amam este mundo são controlados por interesses mundanos,
como: a busca por prazer, poder, sucesso, conforto e tudo o que este mundo pode
oferecer.
Certa vez, Jesus falando à multidão
disse-lhes: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas
o que sai do homem é o que o contamina. Porque de dentro do coração dos homens é
que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os
adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, mentira, a
soberba, a loucura” (Mc.7.15,20,21). Apesar de já nascermos com a semente do
pecado, herdada de Adão, o apóstolo João nos dá esperança de vitória sobre essa
grande desvantagem. Ele diz: “todo o que é nascido de Deus vence o mundo”. MAS,
o que significa “vencer o mundo”?
Algumas pessoas acreditam que só é
possível ganhar a luta com isolamento ou fugindo do mundo, como um soldado que evita
o sofrimento e foge da batalha, ou como os monges, que se retiram para seus
mosteiros. Entendo que o apóstolo, no texto mencionado anteriormente, está nos
encorajando a vivermos no mundo, sem fugir dele, mas também sem permitir que o
mundo viva em nosso coração, em nossa maneira de pensar, falar e agir. Assim
como Jesus orou ao Pai pelos seus discípulos, ele não pediu que os tirasse do
mundo, mas que os livrasse do mal (desse mundo), nós também devemos permanecer
nele.
O amor e temor a Deus e ao mundo é
incompatível (“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o
amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a
cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O
mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece
para sempre.”1Jo.2.15-17). Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer um e amar o outro, ou terá devoção por um e desprezará o outro (Lc 16.13).
O abandono da fé em Cristo e do caminho de santidade começa no coração, quando desprezamos
as verdades de Deus pelas mentiras e enganos que o mundo nos oferece. Lembre-se:
“a nossa vontade se inclina de acordo com o que amamos”.
Apenas um único sentimento deve
governar nossas vidas: uma paixão santa por Deus e pela sua obra. No entanto, o
mundo está em batalha constante contra Cristo e sua igreja. Ao aconselhar
mulheres que se desviaram dos caminhos do Senhor, vejo as mesmas paixões
mundanas dominando os corações delas: amizades e conversas mundanas, filmes de
terror ou com cenas imorais, desejo de usar roupas indecentes e sensuais para
chamar a atenção dos homens, músicas com letras pervertidas e obcenas, pensamentos
e imaginações lascivos, que provocam a autossatisfação por meio da masturbação,
ou relacionamentos sexuais ilícitos com algum namorado.
Hoje, os celulares e a internet estão
sendo usados como verdadeiras armas mundanas para derrubar as jovens cristãs
que se entregam a uma idolatria de relacionamento, escolhendo desobedecerem a Deus
e aos pais, trocando a própria família pelos seus amigos do mundo. Isso se torna
como uma droga, viciante como qualquer entorpecente ou álcool.
A vitória sobre o mundo exigirá uma decisão de romper claramente com
amigos, estilos e hábitos de vida mundanos. Assim como Josué disse: “Eu e a
minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15b), temos de priorizar o temor do
Senhor acima do temor aos homens, considerar mais valiosa a vontade de Deus do
que a dos homens, aceitando, assim, a rejeição daqueles que estão no mundo por
conta disso. “A lealdade
a Deus nos levará a uma verdadeira liberdade em Cristo”. O pecado nos
escraviza!
Alguém que vence o mundo vive além das
circunstâncias. Nada e ninguém poderão afastá-la do viver centralizado em
Cristo. Isto significa permanecer em paz consigo mesma, ainda que os amigos e
as pessoas a desprezarem por servir ao Senhor, suportando com paciência as
perseguições. Lutero disse que sofrer perseguições é uma característica
inevitável do cristão. Por isso, não é de espantar que as pessoas do mundo, que
odeiam Cristo, nos odiarão também. "O mundo que sorri para nós é um lugar
perigoso".
Esse combate requererá de nós uma
constante autorrenúncia. Abraão é o maior exemplo de alguém que, renunciando a
si mesmo, obedeceu a Deus saindo de sua parentela, sem saber para onde ia;
abriu mão das terras regadas pelo rio Jordão, para entregá-las ao seu primo Ló;
recebendo a ordem de Deus para sacrificar seu único filho Isaque, como prova do
seu amor leal, não hesitou em obedecê-lo. Será que temos tido essa mesma fidelidade
e lealdade a Deus?
Atualmente, pouco se fala sobre a
separação do cristão do mundo. Paulo disse: “Não vos ponhas em jugo desigual
com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade?” Nenhuma! Ou “que comunhão há da luz com as trevas?” Nenhuma! (2Co 6.14).
Ou “que harmonia, entre Cristo e os
demônios? (v.15) Nenhuma! Ao contrário, somos exortados a sair do meio deles: “Retirai-vos
do meio deles” (17). O que significa que devemos nos retirar do meio da
iniquidade, das trevas, dos artifícios satânicos, da vida e do mundanismo do
incrédulo.
Querida amiga, talvez você esteja se
perguntando: “Como sair, se estou rodeada de pessoas mundanas em casa, no
trabalho, na família, na escola e até mesmo na igreja que frequento aos
domingos?” Essa é a realidade de todas nós, mas temos a resposta na carta de
Paulo aos romanos no capítulo 12 versículo 2. “E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. O sacrifício
que Deus pede hoje de nós, mulheres cristãs, é uma vida santa (separada) e
agradável a Ele. Um estilo de vida que expressa completa devoção e satisfação
em Cristo. Não devemos ser moldadas pelos pensamentos feministas do mundo e nem
pelos que ditam a sua moda. Podemos encontrar na graça de Deus e em sua Palavra,
tudo que precisamos para vivermos, aqui nesse mundo, de maneira realizada e
feliz, cumprindo a missão que Deus tem para cada uma de nós, como solteiras ou
casadas.
“Porquanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens, educando-nos para renegadas a impiedade e as
paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente”.(Tito
2.11-12)
No próximo artigo continuaremos esse
assunto, se Deus assim permitir!