segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crescendo para baixo

Dizem que não é muito bom escrever ou ler no carro em movimento, mas neste exato momento estou com minha família voltando das abençoadas férias em Santa Catarina e Serra Gaúcha. Agradeço a Deus pela mordomia imerecida. Foram 17 dias sem fazer comida, limpar a casa, dirigir o carro, lavar roupa e etc. Só posso dizer ao Senhor: "Obrigada, de coração!"

Em Eclesiastes 3, o rei Salomão nos lembra: "há tempo de descansar e tempo de trabalhar". Tenho que ser grata a Deus pelo descanso que  me deu durante esse tempo e agora também pelos desafios que virão na volta para rotina de trabalho e ministério. Certamente, assim como Deus supriu tudo até aqui, continuará suprindo em São Paulo.

 Aproveitei o tempo para ler bastante a Bíblia e alguns livros cristãos que sempre me edificam e me ajudam no crescimento da vida espiritual. Vou aqui ressaltar em especial uma parte do livro de J. I. Packer “A Redescoberta da Santidade”. É um chamado importante à verdadeira santidade de Deus.

 Quando nossos filhos eram pequenos costumávamos marcar a altura deles no azulejo do banheiro para vermos os centímetros que eles cresciam a cada mês. Packer, o autor do livro, mostra biblicamente que em nossa vida cristã quando isso acontece é um mau sinal. 

Sem dúvida é estranho pensarmos num crescimento para baixo numa cultura onde só é bem sucedido aquele que está em ascendência em todos os aspectos da vida. Entretanto esse é o padrão humano e não podemos nos conformar a ele como vemos em Rm.12:2: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".

"Só crescemos em direção a Cristo quando diminuímos. (humildade, do latim humilis, significa “baixo”). Sendo assim nós cristãos podemos dizer que crescemos quando ficamos pequenos. O profeta de Deus, João Batista, falando sobre seu próprio ministério disse: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo. 3:30). “O orgulho nos infla como balões, mas a graça perfura a nossa vaidade e faz com que o ar quente dela, saia do nosso sistema. O resultado é que diminuímos e passamos a nos ver menores - menos inteligentes, menos competentes, menos fortes, menos preparados, menos comprometidos, e assim por diante. Paramos de falar para nós mesmos que somos de grande importância para o mundo e para Deus. Passamos a aceitar o fato de que somos dispensáveis e insignificantes”.

Ao trocarmos a fantasia da competência por confiança, obediência, dependência, paciência, em um relacionamento mais íntimo com Deus, abrimos mão de sermos admirados por fazer tudo maravilhosamente bem e passamos a reconhecer que, de acordo com o mundo, não temos probabilidade de parecer ou ser bem sucedidos. Submetemos a Deus nossas fraquezas na tentativa de conseguirmos forças para vencê-las.

James Denney, um estudioso escocês, disse certa vez que “é impossível deixar ao mesmo tempo a impressão de que sou um grande pregador e Jesus Cristo um grande Salvador. Da mesma forma, é impossível deixar, ao mesmo tempo, a impressão de que sou um grande cristão e Jesus Cristo um grande Mestre". "Portanto, o cristão deve fazer de sua atitude de diminuição uma prática, de modo que nele e por meio dele, o Salvador possa mostrar-se grande. Isto é o que quero dizer com crescer para baixo". (J. I. Packer).

Amigas, sou imensamente grata a Deus por me lembrar dessas verdades durante o tempo de férias. Se queremos crescer com Deus temos que diminuir e deixar a graça Dele perfurar a vaidade do nosso coração para que o orgulho saia. Temos que reconhecer o quanto somos fracas e desesperadamente dependentes de Deus  para diminuir e Cristo crescer em nossas vidas.


No próximo artigo continuaremos “Crescendo para baixo: parte II".

Fonte: Livro "A Redescoberta da Santidade", J.L. Packer