terça-feira, 29 de março de 2011

O Retrato da Mulher Virtuosa

Estátua de Katherina, Winttenberg, Alemanha
Katherina von Bora, esposa de Martinho Lutero, uma mulher que desenvolveu sua missão de administradora do lar com determinação e excelência. Lutero a chamava de “estrela da manhã de Wittenberg” por ela acordar às 4 horas da manhã para dar início às atividades do lar. "Em assuntos domésticos ele dizia: “Sou submisso a Katie, quanto aos demais, sou conduzido pelo Espírito Santo.”
Ela nasceu em 29 de Janeiro de 1499. Com apenas nove anos foi estudar em regime de internato em um convento Católico onde permaneceu até 1523. Fugiu do convento com mais 11 freiras que renunciaram depois que ouviram falar dos ensinos bíblicos de Lutero e consideraram seus princípios. Um comerciante ajudou-as na fuga até Wittenberg onde encontraram apoio de famílias dignas para serem acolhidas.
Katherina passou dois anos aprendendo economia doméstica esperando um bom casamento. Casou-se aos 25 anos com Lutero e passou a tomar conta do ex mosteiro – uma missão nada fácil.
O mosteiro Agostiniano tinha sido oferecido a Lutero como presente de casamento. "Ele possuía 40 cômodos no primeiro pavimento e celas de prisão no pavimento superior. Ali moraram Lutero, Katherina e seis filhos (um morreu na infância); mais seis ou sete sobrinhos órfãos que eles adotaram; quatro filhos de um viúvo amigo de Lutero; Magdalena, tia de Katherina; os preceptores das crianças, criados e criadas; estudantes pensionistas; refugiados e convidados. Katie se tornou uma admirável administradora de uma pensão superlotada."
Ela pensava em tudo o que dizia respeito ao lar. Pensando na higiene ela fez um banheiro interno que servia também de lavanderia. Na economia, investia na produção de bebidas fermentadas, plantou uma horta e cultivou um pomar de maças, pêras, uvas, pêssegos e nozes. Apascentava, ordenhava, abatia e vendia vacas, além de fazer manteiga e queijo. Ninguém jamais acusou Katherina de ser preguiçosa, apesar de seus críticos considerarem-na autoritária.
Pouco se sabe sobre ela, apesar disso, Katherina é muitas vezes considerada uma das mais importantes participantes da Reforma por causa de seu papel para ajudar a definir a vida de uma família protestante. A família de Lutero era considerada modelo na Alemanha.
Como podemos aprender com Katherina? Vivemos numa época em que o papel da esposa e mãe como administradora do lar não é mais respeitado nem desejado por muitas moças, pelo contrario é desprezado não só pelos homens cristãos, mas também pelas mulheres que se sentem diminuídas e envergonhadas por desempenharem essa tarefa tão honrosa aos olhos de Deus.
Como mulheres tementes a Deus, não podemos nos calar diante de tanta deturpação das Escrituras. Temos que ensinar as mais novas a se prepararem para serem excelentes gerentes e administradoras do lar. A serem hospitaleiras e auxiliadoras de seus futuros maridos na economia domestica e nos investimentos financeiros da família.
Na carta de Paulo a Tito, capítulo 2:3 á 5, vemos uma exortação a nós, mulheres mais velhas, e um ensino as mais novas: “Semelhantemente ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. Assim poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada.”
Katherina transformou seu lar num lugar de refúgio e um centro de ministério, o que causou uma grande influência na sociedade em que vivia.
Queridas amigas, e nós, também temos influenciado a nossa comunidade com o modelo bíblico de gerência do lar?  Ao invés de nos conformarmos com a mentalidade das mulheres de nossa época, vamos resgatar e seguir exemplos bíblicos de mulheres virtuosas que obedeceram a Deus amando seus maridos e filhos, e que se ocupavam com alegria das inúmeras atividades domésticas.              
Deus me deu o privilégio nessas férias em família de conhecer a cidade de Wittenberg na Alemanha onde Katherina e Lutero viveram. Pude tirar fotos ao lado de sua estátua e ver as maquetes representando a dinâmica exercida por ela. Hoje a casa de Lutero e Katherina é um Museu da casa de Lutero. Vale à pena visitar!
Katherina na cozinha
Katherina na horta
Katherina com os animais
Mesa da casa de Lutero


Katherina escrevendo
Lutero e sua família (provavelmente)
Fontes: Solteita e Feliz, Carolyn McCulley, Ed. Vida; pag. 151
Blog A Tenda na Rocha, A Esposa de Lutero

quinta-feira, 10 de março de 2011

Calvino, Um Exemplo de Piedade

            No livro "Vencendo o Mundo"  encontrei um exemplo de piedade que me edificou muito e por isso achei interessante transcreve-lo nessa postagem.
"Calvino se esforçava para viver uma vida de pietas- na teologia, na igreja e na prática. No final de sua obra A Vida de João Calvino, Theodoro de Beza escreveu: “Tendo presenciado a sua conduta por dezesseis anos... posso agora declarar que nele todos os homens veriam um mais belo exemplo do caráter de Cristo, um exemplo que é fácil de ser caluniado e difícil de ser imitado.”
Calvino mostrou-nos a piedade de um fervoroso teólogo reformado que falava de coração. Havendo provado a bondade e a graça de Deus, em Jesus Cristo, Calvino seguia a piedade, procurando conhecer e fazer a vontade de Deus todos os dias. Ele tinha comunhão com Cristo, praticava o arrependimento, a auto-renúncia, o carregar a cruz; estava envolvido em grandes aprimoramentos sociais. Sua teologia resultava em piedade sincera, centralizada em Cristo.
Para Calvino e os reformadores da Europa do século XVI, a doutrina e a oração, bem como a fé e a adoração, estão integralmente conectadas. Para Calvino, a Reforma incluía a reforma da piedade [pietas], ou da espiritualidade, assim como a reforma da teologia. A espiritualidade que ficara enclausurada nos monastérios fora destruída. A espiritualidade medieval estava reduzida a devoção celibatária, asceta e penitencial, nos conventos ou monastérios. Calvino ajudou os cristãos a entenderem que os piedosos vivem Coram Deo, “na presença de Deus”, de coração e na vida diária. A piedade é, portanto, voluntária e livre, motivada pelo deleite em Deus. Os piedosos viverão e agirão espontâneamente de acordo com a vontade de Deus, cada dia (Rm. 12.1-2), em meio à sociedade humana. Pela influência de Calvino, a espiritualidade reformada focalizou-se na maneira como vivemos a vida cristã, no lar, nos campos, no trabalho e no mercado. Calvino ajudou a Reforma a mudar todo o foco da vida cristã.
O ensino, a pregação e o discipulado de Calvino favoreciam o crescimento nas relações entre os crentes e Deus. Piedade significa experimentar a santificação como uma obra divina de renovação, expressa em arrependimento e justiça, que progridem por meio de conflitos e adversidades a semelhança de Cristo. Na piedade, a oração e a adoração são centrais, tanto em particular como na comunidade de crentes.
A adoração a Deus é sempre primária, pois o relacionamento de alguém com Deus é sempre prioritário em relação a todas as outras coisas. Mas essa adoração é expressa na maneira como o crente vive sua vocação e como ele trata o seu próximo, pois o relacionamento de alguém com Deus é visto de modo mais concreto na transformação de cada relacionamento humano. A fé e a oração, visto que transformam todo crente, não podem ser ocultadas. Em última instância, devem transformar a igreja, a comunidade e o mundo. O mundanismo tem de render-se ao todo-envolvente poder da piedade voluntária e livre, que produz honra a Deus, de coração, porque Deus se deleita em ser honrado e é digno disso. Pela graça, a resposta de Calvino ao mundanismo é bem-sucedida, pois o amor reverente ao Deus trino (piedade) é superior ao amor carnal do mundo (impiedade)."
 Que Deus nos ajude a mudar o foco de nossas vidas através dE uma adoração sincera expressa na maneira como vivemos!


Extraído do Livro " Vencendo o Mundo", ver "Calvino, um Exemplo de Piedade", pág. 76-77. Joel R. Beek, Editora Fiel.