sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Regra de Ouro


Ufa... Esse ano passou muito rápido e já chegamos em Dezembro! Mês de correria nas ruas das cidades, o trânsito caótico e, como disse uma moça em entrervista para um jornal da televisâo, "parece que o mundo vai acabar para algumas pessoas"!
                É verdade! O lado bom é que o ser humano parece ficar mais sensível e bondoso nesta época, esquecendo as diferenças e mágoas (pelo menos por um tempo), procurando investir o salário em presentes generosos para serem trocados no dia de Natal com familiares e amigos. Alguns adotam crianças dos abrigos para presenteá-las ou para levá-las para casa no natal. É gratificante, eu mesmo já fiz isso!
  Pensar no próximo é sempre louvável . Nosso mestre Jesus  disse que é melhor dar do que receber. Entretanto, fazer isso só em alguns momentos no mês de dezembro pode ser chamado de amor ao próximo como Ele nos ensinou? Isso me chama a atenção para o texto de Mateus 7:12, em que tenho meditado nos últimos dias: “Tudo quanto, pois quereis que os homens vos façam, assim, fazei-o vós também a eles porque esta é a Lei e os profetas.”
Encontramos no judaísmo e no hinduísmo essa mesma regra  mas de forma negativa: “Não façam aos outros o que não quereis que eles vos façam”. Jesus, porém foi além e declarou a Lei de Ouro de forma positiva, nos chamando a imitar o seu amor e a sua bondade, não apenas em momentos festivos ou que nos sejam confortáveis, mas como o estilo de vida de um discípulo Dele.
Antes um pouco do verso 7, Ele nos ordena amar os inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam, bendizer os que nos maldizem e orar pelos que nos caluniam. E logo depois, Jesus diz que se amarmos e fizermos o bem aos que nos amam qual é a nossa recompensa? Os pecadores fazem o mesmo!  A grande diferença e que nos faz sermos chamados filhos do Altíssimo é quando amamos nossos inimigos e fazemos o bem sem esperar nenhuma paga, ainda que para os ingratos e maus. 
Jesus compreendeu a natureza pecaminosa que temos de pensar primeiro em nós mesmos e em apenas uma frase deu a chave que nos leva a uma bondade abundante. No sermão do Monte Jesus está ensinando aos seus discípulos como deviam se comportar no dia a dia. Não falou essas verdades para a multidão que o seguia, pois sabia que somente com o poder do Espírito Santo essa regra poderia ser cumprida. O homem sem Deus não consegue praticá-la.
Talvez você como eu, esteja se perguntando: como por em prática essa regra  no meu lar, no trabalho, na igreja, no trânsito, na fila do banco e em todos os lugares por onde ando? A resposta também está no evangelho de Mateus, no capítulo 22: 37 a 39, onde encontramos o maior de todos os mandamentos: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo seu coração” e em seguida com a mesma importância “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.  O segredo está em observar a seqüência bíblica. Não podemos começar pensando no próximo em primeiro lugar e sim em Deus. É impossível amar alguém como a si mesmo sem estar amando a Deus antes.
À medida que conhecemos a sua santidade, o seu poder e à sua força como o Criador, temos que nos humilhar diante de tanta Glória e Soberania. Só Ele é digno de ser louvado, nós somos apenas um grão de pó na balança (Isaías 40:15).
O conhecimento de Deus nos humilha até o ponto de nos vermos como indignos, miseráveis, imundos, sem direito a nada nessa vida. Por outro lado, ele nos ajuda a olharmos o nosso próximo com misericórdia e ainda que ele não mereça, podemos amá-lo da mesma forma que somos amados por Deus.
Desejamos ser representantes de Cristo aqui na terra? Temos que amar sacrificialmente como Ele no amou. Isso vai requerer abnegação (sacrifício desinteressado e desprendido), domínio do orgulho e da vaidade e uma sensibilidade com as necessidades dos outros antes das nossas.
Mas, e aqueles que decidem rejeitar a Deus e não querem que façamos a eles o mesmo que gostaríamos que fizessem a nós?
John Stott em seu livro Contra Cultura Cristã termina seu comentário sobre a Regra de Ouro dizendo: “quanto àqueles que estão fora da família (vs. 6), há o caso extremo dos cães e dos porcos, mas não são típicos. Há um grupo excepcional de pessoas obstinadas que se comportam como cães e porcos, poderíamos dizer em sua rejeição decisiva a Jesus Cristo. Relutantemente temos que abandoná-los”.
“Assim como no verso 6 temos uma exceção, o verso 12 é uma regra áurea de vida. Ela transforma nossas atitudes. Se nos colocarmos no lugar da outra pessoa que está a nossa frente, jamais seremos maus ou maldosos, porém sempre generosos, jamais grosseiros, mas amáveis, jamais cruéis, mas sempre bondosos”. Não só no Natal, mas todos os dias de nossa vida!
Querida amiga, decidi estudar e escrever sobre esse tema por reconhecer uma enorme dificuldade que tenho em obedecer à regra de ouro de Jesus. O desejo de pagar o mal com o mal, atitudes de vingança, amargura, ira e desprezo muitas vezes predominam em meu coração. Necessito sempre lembrá-la!  
Se você também sente a mesma dificuldade, faça uma lista de tudo quanto gostaria que os outros falassem ou fizessem para você e comece praticando com os que estão mais próximos. É apenas um plano de ação, mas se aplicado biblicamente, passará também a ser sua regra de vida durante o ano todo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário