O cultivo de um coração puro exige de nós um empenho pessoal. Somos responsáveis perante Deus em guardar o nosso coração. “Sobretudo o que deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida." (Pv. 4:23). Se não somos puras, de quem é a culpa senão de nós mesmas? Prestemos atenção a exortação do apóstolo Pedro: “Amados, exorto-vos como peregrinos e forasteiros que sois a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma.” (1 Pe. 2:11). Abster-se constantemente! Precisamos fazer isso.
Jó também foi um homem como todos nós que conhecia bem a sua natureza pecaminosa, mas foi considerado um homem puro e justo diante de Deus. Em sua declaração de pureza pessoal, (Jó 31: 1 á 12), ele revela o seu cuidado para não dar lugar à lascívia (o mesmo pecado que o rei Davi caiu) fazendo uma aliança com seus olhos para permanecer inculpável. “Fiz aliança com meus olhos...” (Jó 31:1)
Demonstrou assim ter plena convicção de sua responsabilidade em tomar medidas preventivas para permanecer puro diante da presença de Deus quando disse: “Ou não vê Deus os meus caminhos e não conta os meus passos?” (Jó 31:4)
E nós? Será que temos a mesma convicção da onisciência de Deus em cada passo que damos? Jó não deixou seus pés irem para o engano (v.5), a cobiça (v.1), a ganância (v.7) e o adultério.
Entretanto, o rei Davi demonstrou não ter tido o mesmo cuidado com seu coração. Em um momento de tentação não fez o que era certo, menosprezou a pureza e tratou o pecado com leviandade. Demorou para reconhecer a sua ofensa contra Deus, tornando o seu coração endurecido e desobediente às suas ordenanças.
A pureza que agrada a Deus exige compromisso permanente, diligência ininterrupta, prática e arrependimento contínuo. Ela custou ao Senhor Jesus sua própria vida e custa a nós a mortificação diária do nosso pecado.
Temos que atacar as primeiras manifestações de impureza e não nos deixar contaminar com as iguarias que esse mundo oferece. Isso significa cultivar um crescente ódio pelo pecado, como Deus odeia!
Portanto na prática, aquilo que lemos, o lazer e o entretenimento em que buscamos nos envolver, a música que ouvimos, as amizades que estabelecemos, as roupas que usamos e as conversas que temos. Tudo isso afeta o nosso coração e por isso deve ser julgado a luz da palavra de Deus.
Jamais podemos esquecer que o Deus a quem amamos, ama a pureza. William Gurnall talvez deixe isso mais evidente em suas palavras: “Deus não puxaria com tanta força, se não tivesse o propósito de arrancar o dardo que está cravado em nossa natureza. Deus ama tanto a pureza, que prefere ver um buraco a uma mancha na veste de seus filhos."
Querida amiga, sem dúvida haverá ocasiões em que esqueceremos da vitória que temos conquistado por meio de Cristo e falharemos. À semelhança de Jó, devemos fazer uma aliança com nossos olhos, reconhecer que Deus é digno de obediência, nos esforçar para arrancar os ídolos do nosso coração através da oração, da memorização da palavra de Deus e do exercício diário do arrependimento. Lembremos sempre que Deus tem prazer em nos perdoar e nos purificar de toda injustiça.(1 Jo.1:9)
“Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação.” (1 Ts 4:7)
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